No decorrer da vida, caminhei por caminhos escuros e tortuosos.
Encontrei algumas portas abertas,
Outras estavam fechadas.
Muitas estavam abertas e... eu mesmo as fechei.
Ainda lembro o momento em que o conheci.
Ainda lembro o dia em que foi embora.
No decorrer da vida, caminhei por caminhos escuros e tortuosos, mas nenhum deles foi mais escuro e tortuoso do que aquele que caminhei ao teu lado.
Não que o caminho realmente fosse difícil.
Mas, eu o tornei difícil para nós dois.
Sabe, ainda lembro do seu sorriso.
E é pensando nele que escrevo isto.
Sei que nunca fez planos de uma vida longa comigo.
Esteve ao meu lado não porque gostava de mim, mas porque precisava gostar.
Quando uma porta se fecha, outra se abre.
Vejo portas como relacionamentos ou como pessoas.
Portas e vida.
Quando o conheci, você estava quebrado.
Seu coração despedaçado e eu estava lá, querendo juntar os cacos.
As vezes, me pergunto se valeu a pena.
E sempre que me pergunto isso, obtenho a seguinte resposta: valeu cada segundo.
E sempre que tenho esta resposta, eu choro.
Esta porta fui eu quem fechou.
E Deus sabe como gostaria de abri-la de novo.
Erros cometidos.
Mentiras contadas.
Barreiras impostas.
Quando um erro é cometido, um grande abismo se abre.
Dois lados de uma mesma história.
Porque é tão difícil consertar as coisas?
Quanto mais se gosta de alguém, maior é o ódio quando tudo termina.
O abismo se abre.
Os caminhos se separam.
As vidas continuam, cada uma ao seu modo.
Porque é tão difícil esquecer?
Os erros não podem ser reparados.
As mentiras não podem ser desmentidas.
As barreiras nunca serão destruídas.
Mas, o sentimento continua.
O que é preciso fazer para começar tudo de novo?
Quão fundo se tem que ir, pra poder perdoar?
O perdão, seria capaz de construir uma ponte sobre o abismo que nos separa?
O sentimento continua.
Mais forte do que fora um dia.
E este sentimento continuará.
Até que seja mais forte que tudo.
Até que você me perdoe...
J.L.
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