segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Solto no Céu




Lá fora chove.
O que chove?
É chuva de vida,
De pensamento.
Queria que chovesse mais.

Mais que chuva,
Mais que vento,
Chovesse céu.

Se isso acontecesse,
Eu voaria?
Seria carregado pelo vento?

E se eu voasse
Nadaria?
Estaria entregue ao firmamento?

Ou seria como uma pipa
Levada ao léu.
De chuva me encharcando
A deslizar no céu?

A chuva de vida
Cai lá fora.
Vai chovendo, vai chovendo.
E aqui dentro estou sofrendo,
Pensando em como seria,
Se estivesse solto naquele céu.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Solitário

De que vale a vida afinal?
Quão rápido chegamos a este ponto?
Nossa história deixou de ser romance.
É crônica banal ou conto?

Vale a pena seguir?
É melhor continuar ou fugir?
Ambas são formas diferentes de morrer.
Ambas são formas diferentes de cair.

Sem ninho.
Sozinho.

Talvez, seja tudo paradoxal.
A desconfiança que leva àquele momento extraordinário.
Em que me recolho para apenas ouvir
O canto deste coração solitário.

domingo, 14 de setembro de 2014

Vivemos num Mundo Sem Maravilhas




Vivemos num mundo sem maravilhas.
Sem Alice.
Um grande buraco tragando vidas,
Destruindo amores,
Arrasando sonhos.

O coelho branco há muito se foi.
O relógio fora tudo o que restara.
Contando os segundos para o fim de tudo
Num tic tac infinito, esperando que cabeças rolem.

A Rainha de copas perdeu sua cor.
Vive agora num emaranhado de dor.
No eterno sofrimento em um mundo sem maravilhas,
Esperando aquela doce Alice que para sempre se perdeu.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Tantos Caminhos


Tantos caminhos.
Destinos a cruzar e descruzar.
Ora paralelos, ora invertidos.
Desencontrados, mas jamais perdidos.

Somos reféns do destino insensível - irreversível-
Que segue em frente. Esquece da gente.

Tantos caminhos o destino cruzou.
Tantos e mais tantos, ele separou.

Encontros e desencontros.
Mais desencontros que encontros. Muitas idas e poucas vindas.
É o destino brincando com a gente - marionetes -
Somos bonecos ou peças soltas na engrenagem da vida.

Resta caminhar e esperar que um dia,
Noutro encontro dos desencontros,
Se encontrem, no destino dos encontros desencontrados.

O destino está em nossas mãos.
A vida é esta eterna poesia sem rima.
Poesia que não é prática, mas sim, a dor do poeta ganhando vida.
Sentida!

E através destas palavras sem nexo,
Que este poeta ferido deixou.
É que pretendo me encontrar nos caminhos
Destes tantos encontros e desencontros que a vida traçou.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Vozes do Cotidiano




Quero estar a sós com meus pensamentos
Antes que  eles escorram na brevidade do momento.
Ali, sozinho, avalio o peso do sentimento.  

Olho para a imagem no espelho, refletida.
E na implacável esfera cilíndrica, retida.

Sou o andarilho de bucólicas postagens.
Buscando contemplar verdejantes paisagens,
Ainda que ofuscadas por tempestades.

As vozes do cotidiano retumbam no meu intimo
Escoando pelas frestas da memória em uníssono.

Insisto em percorrer atalhos
Passagens mais curtas em mim.
Mas é na extensão da estrada em frangalhos
Que consigo enxergar melhor o que há no fim.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nova Vida!?






Ainda há vestígios daquela vida incompleta
Envoltos numa mentira seminua,
Pedaços de tudo e de nada
Perdidos em meio à angústia.


Ainda me vejo dependente de coisas sem sentido,
Revolta de impotência e sofrimento,
Dor de culpa que tresanda na alma
Pairando nesta mente que tristemente sente.


Cacos refletidos de um medo sem fuga
Pedaços de uma outrora consciência vazia.
Procurando em mim a resposta
Num crescimento sustentável de mudança.


Travo minha batalha incessante contra o mal
Por um rumo de cor não banal,
Para libertar-me num sopro que ri
À conquista de uma vitória sem fim.


Vida e esperança
Vislumbradas num olhar orgulhoso de alegria,
Nestes desafios e metas que me guiam
Pelo tempo que cura e alivia.


O desígnio terreno de ternura
Que preenche o meu coração,
Uma noite de sonho cantada
No final feliz desta canção
.

domingo, 23 de março de 2014

Sob a Luz




Me sinto preso nesses seus olhos escuros e sem sentimento,
Meio que solto nessas mãos em aflição.
Te querer por inteiro é tão ruim assim?
Não me importa suas mãos vazias, quero elas inteiras.

Lembro de me perder num abraço sob a luz
Escondendo meu rosto contra o sol.
Não te peço tanta certeza
Embora, eu queira viver tudo o que sinto.

É fácil rir disso tudo.
Fingir que o riso nos acalma.
Mas, ao deitar nesta noite escura e sem festa
Luto para não me perder.

Onde está o calor dos seus lábios?
Pálido destas noites sem fim.
Porque meus versos estão sem vida?

É fácil rir disso tudo
Encontro neste riso minha calma.
Mas, a noite parece mais escura.
Tento não me perder, mas...

Tudo o que eu já sei escapa.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Liberdade Distorcida



Liberdade distorcida
Tempo curto demais.
Histórias sem sentido
Realidades irreais.

Já chegou o tempo
De jogar tudo pra cima.
Esta bola de neve só cresce
A vida aos poucos perde a rima.

A tv ensina a crer em algo bom
Você espera que a tv esteja certa?
O superman não existe
Sua janela não pode ficar aberta.

Super heróis do cotidiano.
Fraco e poderoso à seu jeito.
Ninguém mais faz diferença,
Só existe guerra, tristeza e preconceito.

Esta liberdade onde não somos livres,
Este tempo que perdemos ao deixar passar.
Estas histórias que deixamos de lado,
Esta realidade que vem nos acordar.