segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Poder Solitário




Nada é mais como antes.
Para tudo há um botão.
Uma solução online.
Uma forma de substituir calor humano.

Somos todos descartáveis.
Vivemos numa sociedade onde máquinas
São mais importantes do que nós mesmos.
E onde dinheiro manipula tudo.

Botões e atalhos amplificam a distância
E a preguiça de estar lado a lado veste a armadura.
Esse é o poder solitário.
E todos vivemos nessa eterna solidão!




domingo, 30 de dezembro de 2012

Vermelho e Branco



La vem ele
La vem ele
Todo de vermelho e branco
Carregando um sentimento que a maioria esqueceu.

O que será?
O que será?
Esse sentimento
que se perdeu?

O sino toca
O velhinho se entoca
E pela chaminé vem descendo.

Fazendo-os encarnar o vermelho e branco,
Despertando esperança naqueles que a perderam
Amor naqueles que esqueceram
O real significado de se importar.

Já se foi
Já se foi
O velhinho de vermelho e branco.

Levou consigo toda aquele sentimento
Mostrou que o ser humano só vive de momento.
E que já no segundo seguinte,
Todo o significado se perdeu.





quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Rio da Solidão




Alta noite já se ia
O rio seu caminho seguia.
A lua iluminava tudo
Aquele tortuoso caminho em que ele ia.

O rio era solitário.
Cheio de esperança em um dia encontrar
Alguém especial no meio da jornada
Um outro 'alguém' para o acompanhar.

Aquele rio sozinho seguia
Em meio àquela confusão.
Estava cheio, sim
Mas vazio devido a solidão.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Tempo Sangrento




Ser ou não ser.
Existir ou não?
Olhe atentamente para o piso.
Consegue ver o sangue escorrendo?

O sangue dos impuros.
Nosso sangue.
Escorrendo lentamente pelo piso
Alheio ao tempo ao redor que só acelera.

O pulso cortado.
O sangue vertendo.
A vida se esvaindo.
Pelo chão escorrendo.

Tudo o que fica depois
É um pedido de desculpas.
Por todas as escolhas erradas.
Por tudo que deixou de fazer.

Viver ou não?
É chegada a hora de decidir.
A cada dia, mais sangue vai escorrendo
Pelo imenso chão chamado vida.


domingo, 23 de dezembro de 2012

Aqui Comigo



As rodas estão girando
Fazendo as lembranças voltarem.
Lembranças de quando tu eras meu
Fazendo parecer que vivo em outro mundo, esta noite.

Meu coração esta enfraquecendo
A cada dia a luz diminui.
Vejo sempre este mundo colorido
Em milhões de tons de cinza.

As pessoas dizem que vai ficar tudo bem.
Mas tudo que eu vejo é um imenso buraco
Com centenas de rodas girando e girando
Me fazendo lembrar, que ainda amo você.

Não quero sua foto em meu telefone.
Não preciso dessas memórias,
Se você estiver aqui comigo.



domingo, 9 de dezembro de 2012

Vivendo Somente da Lembrança da Dor



Olhe poeta
Consegue ver a musa com pressa?
Aquele lindo coração apaixonado
Numa eterna rima de amor e dor.

A vida é bela
A dúvida é eterna.
Cutucando com a sorte
O encontro com o Destino.

Olhe poeta
Lá vem a musa com pressa.
Mais uma vez
Com seu jogo de amor.

Ela vai desistir?
Vai desabar?
Vai chorar?
Ou vai enlouquecer?

Acendendo a luz da obsessão
Caindo fundo nesta confusão.
Num emaranhado de sentimento
Fazendo eterno cada momento.

Olha poeta
Lá vem a musa sem pressa.
Descobriu o quanto a vida é bela
E a resposta da dúvida eterna.

Descobriu que sentir
É a mesma coisa que caminhar nu
E flertar com a morte
Na esquina da desolação.

Olha poeta
Veja sua musa.
Para onde foi todo o sentimento?
E para onde irá agora sua inspiração?

Poeta sem sentimento
É somente escritor.
Abandonado até mesmo por palavras.
Vivendo somente da lembrança da dor.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Vivendo de Saudade



Vivendo de saudade,
Com todo o peso repousando em si,
Prendendo-se na luz de antiguidade
Que se mescla com a daqui.

Olhe para a luz, para sua densidade
Naquela tarde à sua volta, ilustrando teu perfil.
Ah, veja a penumbra de profundidade
Ainda lembras daquele Abril?

A juventude se adentra na tarde.

Juventude transviada
Numa frieza programada.
Num infinito de indo e vindo,
De erros sequenciais.

Erros que se misturam com saudade
E não importa a sua idade.
Para sempre vão te perseguir.

Se saudade falasse gritaria seu nome.
E se ela gritasse, você não ouviria.
Pois saudade não diminui distância.
E muito menos, essa dor alivia.