quarta-feira, 29 de abril de 2015

Eu sou Poesia

O que seria de mim
Se não houvesse poesia.
Se não existisse a magia
De não poder escrever.

A poesia habita em mim.
Eu sou a poesia.
Em palavras feito maresia
Transbordando essa dor sem fim.

Eu sou poesia.
Um verso rabiscado.
Uma sombra do completo
Um rascunho deixado de lado.

Pobre de mim, poesia.
Se um dia me abandonares.
Levando consigo minhas palavras
E todos meus pesares.

Eu sou poesia.
Rima, estrofe e verso.
Um todo no meio do nada
Nas próprias dores submerso.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Tropeço

Sou uma confusão do normal e excesso
Como se, em cada um, o tropeço
Seja a porta de acesso
Ao meu lado mais sombrio, o avesso.

Tropeço!
Quem nunca caiu na estrada da vida?
Quem nunca abriu a ferida?
Ficar de pé agora, é tudo que peço.

Mas de novo, tropeço.
Em palavras repetidas,
Na nostalgia, na lembrança.
Na abstrata imagem: Fantasia.

São os tropeços que me derrubam.
Essa incompreensão de sentir.
São sentimentos que me perturbam.
É um amor que não quer partir

Estes tropeços em que tropeço
Que parecem não ter fim.
Eu achava que era em você.
Mas...sempre tropecei em mim.

Tropeço, não nego.
Faz parte do meu existir.
Queria que fosse diferente,
Mas, já me acostumei a cair.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ver as Estrelas

Não me fale de razão.
Pouco me importa a lógica.
Quero que se dane a coerência.

Sou movido pela emoção.

Não tente medir meus sentimentos,
Nem tente comprá-lo.
Deles sei eu e meu travesseiro.

Onde tenho meus sonhos.
Onde encaro meus medos.
Somente eu, meus temores e amores.

Esta maldita incerteza me fere.
Te ter e não ter ao mesmo tempo.
Mas essa ferida não me mata,
Maltrata.

Estas dúvidas me açoitam, mas não deixam cicatrizes.
Os olhos vertem o que o coração transborda.
Desta tristeza e incerteza, meu fiel travesseiro faz companhia.

Eu sei que minha vida é cheia de nuvens.
Mas, tudo que eu queria era ver as estrelas...

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Hoje

Hoje é um daqueles dias em que não estou, não me sinto! Não me existo.
Me escondi em mim, buscando como continuar.
Mas, já que amar não é possível...desisto!

Desisto de procurar em você o que jamais vou encontrar;
Desisto de tentar encontrar começo nesse fim,
Foram apenas sonhos que eu queria tornar reais.
Aquilo que tanto desejei, mais uma vez, fugiu de mim...

Hoje não sou eu, sou ninguém que em mim estagnou.

Que saudade daquele ontem, como queria que ele fosse amanhã.
Tão vivido, sentido, perdido, esquecido.
O hoje é uma página branca no meu livro entorpecido.

Hoje, sou nada, sinto o nada!
E o nada é tudo isto.
Que vejo, que sinto.
Ontem tentei, joguei e mais uma vez, perdi!

Hoje...desisto.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Interrogatório

A vida às vezes é complicada!
Ou será que complicamos a vida?
E quem nunca guardou uma mágoa?
Fez da arrogância coroa e escondeu a ferida?

Posso contar a minha história!
Mas, quem tem tempo pra escutar?
Mesmo que quisesse não poderia,
De bandeja, tantas joias entregar.

Sendo a transcendência notória,
Então é o cerne desta questão.
O amor é uma tranca,
Confiança é a chave pro coração?

A confiança se compara ao amor,
Cega-nos quando encontra amparo.
E qual a opção se cego está?
Caminhar com alguém e descobrir que não tem ninguém ao lado?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Solto no Céu




Lá fora chove.
O que chove?
É chuva de vida,
De pensamento.
Queria que chovesse mais.

Mais que chuva,
Mais que vento,
Chovesse céu.

Se isso acontecesse,
Eu voaria?
Seria carregado pelo vento?

E se eu voasse
Nadaria?
Estaria entregue ao firmamento?

Ou seria como uma pipa
Levada ao léu.
De chuva me encharcando
A deslizar no céu?

A chuva de vida
Cai lá fora.
Vai chovendo, vai chovendo.
E aqui dentro estou sofrendo,
Pensando em como seria,
Se estivesse solto naquele céu.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Solitário

De que vale a vida afinal?
Quão rápido chegamos a este ponto?
Nossa história deixou de ser romance.
É crônica banal ou conto?

Vale a pena seguir?
É melhor continuar ou fugir?
Ambas são formas diferentes de morrer.
Ambas são formas diferentes de cair.

Sem ninho.
Sozinho.

Talvez, seja tudo paradoxal.
A desconfiança que leva àquele momento extraordinário.
Em que me recolho para apenas ouvir
O canto deste coração solitário.